domenica 1 marzo 2009

A 'Polícia do Pensamento' de J.Sócrates

Hoje, ouvindo a rádio, tive uma reminiscência literária causada por uma notícia referente à última medida do governo.Essa reminiscência é recorrente desde que o governo de José Sócrates chegou ao poder: da imagem de José Sócrates, à imagem dos seus ministros, das ideias de José Sócrates aos discursos debitados de cor e segundo ‘a voz do dono’dos seus ministros, da falta de formação, da falta de humanidade, da falta de eficiência, da falta de humildade, da falta de respeito ao excesso de cinzentismo, de mesquinhez, de perseguição, de censura, de aridez, tudo me traz de volta à memória Orwell e o seu ‘1984’.Neste ano de 2009, com uma velha crise portuguesa que se agrava desde 2005 mas agora rebaptizada de crise mundial, e no rescaldo do escândalo do Freeport que, em Portugal, nem chegou a arder, surgiu uma conveniente medida do Ministério da Saúde e da sua ministra Ana Jorge. Até à data, a referida ministra parecia-me, apenas, engrossar as fileiras de personagens anódinas e privas de ideias das quais o Primeiro-ministro se faz rodear. Uma personagem que, de per se, teria a mera função de substítuir a figura menos anódina mas mais perversa de Correia de Campos.Mas voltando à reminiscência específica de hoje...segundo a notícia, a ministra teria proferido um pequeno discurso, por ocasião da inauguração da Unidade de Psiquiatria e Saúde Mental de Torres Vedras.Segundo a ministra, seria feito, em breve, um investimento de cerca de 5 milhões de euros que serviria para ser aplicado na criação de novas unidades locais de saúde mental para, entre outros aspectos ‘procurar dar resposta aos problemas mentais de ansiedade e depressão que costumam surgir em tempos de crise.’Foi, precisamente, através desta frase que estabeleci o paralelismo com Orwell e com a sua ‘Polícia do Pensamento’. Assim, o Governo português que, através das suas políticas e medidas, criou a actual crise na qual todos o país está mergulhado, em lugar de fazer investimentos que visem a melhoria condições de vida das pessoas, aconselha-as a recorrerem à Psiquiatria.Com efeito, um trabalhador que, por via de um sistema social e laboral viciado e doente, perde o seu posto e salário ficando, ele e a sua família, à mercê da caridade alheia, ou um jovem ( ou nem tão jovem sequer) que, depois de ter passado a maior parte da vida a investir na própria formação, não encontra um emprego adequado tendo de continuar a depender dos pais, deixam agora de ter, oficialmente, razão para sentir o stress e o desespero que um ser humano, na posse de todas as suas capacidades, sentiria numa situação do género.De acordo com a ‘Novilíngua’ do governo de José Sócrates, o desespero causado pela pobreza e pelo desemprego, pela mais absoluta incerteza, pela total ausência de alternativas sociais e pela irresponsabilidade e incompetência políticas nada mais é do que uma doença mental, mais ou menos crónica que, como tal, terá que ser tratada com recurso, quiçá, a psicofármacos, não vá o desempregado ou o excluído social cair na tentação de cometer uma ‘crimideia’ e de desafiar a autoridade reinante de José Sócrates com um simples pensamento. Face a essa mera possibilidade, a alternativa será a ‘vaporização’ do acto de pensar e do direito de se indignar, de criticar, de satirizar, de exigir dos cidadãos face ao governo.Por isso, tal como Winston Smith fez recurso ao uso clandestino de um lápis e de um bloco comprados num antiquário, aproveito para escrever, mesmo correndo o risco que vós, ao aceitarem a imagem que vós foi induzida pelo ‘Partido’ , me julguem doente mental:

ABAIXO O BIG BROTHER!

Maia

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