martedì 16 giugno 2009

O desespero e os contrasensos de José Sócrates

José Sócrates e o seu PS foram fortemente penalizados nas últimas eleições europeias ficando a 6% de distância do PSD de Manuela Ferreira Leite. Por ser o PSD e, sobretudo, por ser o PSD de Manuela Ferreira Leite, a derrota foi dupla e em todas as frentes.
Durante o discurso das felicitações ‘democráticas’, José Sócrates reconheceu que, aquele, era um resultado decepcionante que se encontrava muito aquém das expectativas.
Depreende-se, assim, que ele e os seus, apesar das agressões reiteradas à dignidade de todo um povo, dos golpes certeiros nas economias familiares, dos atentados desapiedados aos direitos adquiridos e às liberdades conquistadas nos últimos 35 anos, esperavam que os Portugueses os conduzissem, através do seu livre voto, de novo, à vitória – primeiro, nas Europeias e depois, naturalmente, nas Legislativas.
Mas, os Portugueses, este povo amante de posições indefinidas e termos suaves relativamente aos homens de poder – reverência esta à qual prefere chamar respeito ou educação-, este povo que só se inflama com as questíunculas do futebol e que só se interessa pelo Cristiano Ronaldo, por onde este está ou estará daqui a três anos, este povo que suportou, em silêncio e com resignação, a mais longa ditadura da Europa, este povo que, devido à sua ausência de consciência de cidadania, se afasta dos países mais desenvolvidos da União Europeia e perfilha a tendência dos recém-entrados, no que respeita a percentagem de abstenção- 60%- , este povo, contra as expectativas de José Sócrates disse, finalmente, basta.

Perante esta penalização, José Sócrates argumentou, em desespero de causa e imbuído da mesma arrogância que, se não conduzisse a tantos erros fatais para os Portugueses, seria risível, que o governo iria manter o rumo da governação feita até aí. Para além disso, José Sócrates considerava que, aquele, não era o momento para julgar o desempenho do governo, já que esse momento, só chegaria dali a alguns meses.

Com efeito, o que fica mais uma vez provado é que a Democracia, para José Sócrates, é um conceito vazio, já que o rumo da sua política é ele que o decide e o juízo acerca do mesmo é ele que diz quando deve ser feito.
Os eleitores, no que respeita a eleições, e para José Sócrates, não devem ser tidos nem achados.

Passada uma semana, Sócrates parecia ter renovado as suas expectativas na inércia, resignação e indiferença históricas dos Portugueses. Apelou, novamente, a uma maioria absoluta nas legislativas e, em troca desta, garantiu assumir uma ‘atitude de humildade’ para reconhecer ‘eventuais erros’.
Ora este discurso, não só é a antítese daquilo que demonstrou durante quatro anos como é, de per se, um contrasenso. Assim, José Sócrates assegura humildade se os Portugueses lhe derem a possibilidade de governar sozinho.
Analisando este raciocíonio, rapidamente, se chega à conclusão que, se José Sócrates governar sozinho, não serão necessárias negociações com a oposição, não precisará de reformular critérios e, consequentemente, persistirá nas mesmas políticas incompetentes em que persistiu durante o último mandato e que conduziram o país à crise específicamente nacional que atravessa, passo o pleonasmo. Por fim, se José Sócrates e o seu PS governarem sozinhos, ninguém os poderá obrigar a serem humildes.

Resta, agora, saber se neste momento decisivo, os Portugueses farão jus à sua reputação de povo passivo e permissivo ou se, cansandos de tantos abusos, corrupção e indignidade, dirão novamente, BASTA!.

Maia

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